quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Ponta da Linha

Vimos na página Início da Colonização que Mani Viana e Severino Costa chegaram aqui em 1879 com suas famílias e seus escravos. No entanto, o povoado não recebeu nenhuma denominação naquela ocasião. Somente em 1884 (ano da inauguração do engenho central) é que o povoado passa a ser chamado de Ponta da Linha, por estar no final da via férrea.
O final da ferrovia, ou seja - Ponta da Linha - ficava onde é, hoje, a Rua da Barreirinha, de frente para a capela de Nossa Senhora da Conceição (hoje, Igreja Matriz de Santa Inês). Dali para frente seguia uma estrada de chão, na direção da Rua das Laranjeiras, adentrando os canaviais. Esta estrada era percorrida por numerosos carros de boi transportando cana-de-açúcar para abastecer o engenho central.
Moradores foram fixando-se ao longo daquela estrada que logo recebeu o nome de Rua da Boiada (hoje, nossa famosa Rua do Comércio), uma das mais antigas ruas de Santa Inês.

O movimento em Ponta da Linha

O engenho central exigia uma super produção de matéria prima, o que demandava muita mão de obra: no preparo da terra para a plantação da cana, na colheita, no transporte em carros de boi (afinal eram 500 carros de boi, lembra?) e no carregamento do trem (você se lembra? Eram 105 vagões carregando 315 toneladas de cana-de-açúcar). E Ponta da Linha detinha esta importante parcela da mão obra atraindo muita gente para o povoado.
Embora Mani Viana e Severino Costa fossem donos de muitos escravos e fossem os principais plantadores de cana, é válido lembrar que quatro anos depois da inauguração do engenho veio a libertação dos escravos (Lei-Áurea de 13 de maio 1888) tornando o trabalho obrigatoriamente assalariado, o que fez com que aumentasse ainda mais o fluxo demográfico no povoado fazendo-o crescer rapidamente.
Se você já viu uma passeata com algumas dezenas de carroças ou um pouco mais de uma centena deve ter se encantado com o movimento, embora isto ocorra, quando ocorre, apenas uma vez por ano. Imagine o vai e vem de 500 carros de boi carregando cana diariamente! E o trem? Você já imaginou um trem parado com 105 vagões sendo carregados manualmente? Eram três toneladas de cana-de-açúcar a serem arrumadas em cada vagão. Eram centenas de homens trabalhando diariamente.
Todo aquele movimento fazia de Ponta da Linha um lugar muito agitado e muito atraente para se morar.

Transições nominais

Como vimos acima, a partir de 1884 (ano da inauguração do engenho central) o povoado passa a ser chamado de Ponta da Linha por está no final da via férrea, sendo que antes não recebeu nenhuma denominação.
Na capela do povoado se festejava Nossa Senhora da Conceição, devido a isto os moradores do povoado passaram a chamá-lo de Conceição em homenagem à santa.
Posteriormente passou-se a festejar também Santa Inês devido a um voto de uma gestante.
Conta-se que a esposa do Deputado Estadual Eurico Galvão encontrava-se em uma gravidez complicada, devota de Santa Inês, ela fez uma promessa, caso ocorresse tudo bem ela doaria uma imagem da santa para a capela do povoado. Ocorreu tudo bem e ela cumpriu sua promessa entregando a imagem da santa para a capela do povoado. Em virtude disso, mais tarde, os próprios moradores, outra vez, mudaram o nome do povoado de Conceição para Santa Inês.

Franciel Oliveira 

Fontes:
Prefeitura Municipal de Santa Inês:
COSTA, Eliomar Sousa. Santa Inês Tem História.



Nenhum comentário:

Postar um comentário